terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Manual do Leitor - Periodicamente vou postar matérias publicadas na imprensa onde, muitas vezes , o bom e salutar jornalismo é sensivelmente alterado tornando a matéria, panfletária ou inócua.

Matéria só denuncia sem evidenciar alternativa ou a falta dela.

Uma matéria publicada hoje na Tribuna denuncia a deposição de detritos às margens do Rio Santo Antônio. A matéria registra a ocupação de uma área de proteção ambiental por montanhas de lixo contaminado e os possíveis riscos para o ambiente e a saúde. A matéria, no entanto, não oferece qualquer alternativa para a deposição e muito menos, deixa claro a falta dela . É claro que o lixo tem que ser depositado em algum lugar e que, a prefeitura, não encontrou outro local mais apropriado uma vez que, os órgão responsáveis por conceder as licenças ambientais, assim o fizeram, em caráter provisório. A razão da matéria, necessariamente, tinha que ser a má utilização do local pela prefeitura. Neste caso, seria óbvio a existência de um outro local mais adequado para este fim. A matéria, para ter sentido jornalístico, deveria seguir este exemplo:

“ Enquanto a prefeitura despeja diariamente ...... toneladas de detritos às margens do Rio S. Antônio prejudicando o meio ambiente e pondo em risco a saúde dos moradores, um grande terreno desocupado no bairro............. continua ocioso e poderia muito bem receber os detritos sem oferecer riscos”.

Como nada disso foi feito, a matéria perdeu completamente seu valor jornalístico.

3 comentários:

  1. BRAVO !

    ps: quando minha filha estudava comunicação no Rio, um dos professores pediu a ela diversas vezes para que levasse a Tribuna de P para mostrar como NÃO se faz jornalismo. Parece que mesmo tantos anos passados, pouca coisa mudou...

    upermast para vc tambem

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  2. Fala Rivero! Mesmo que seja equivocada ou o enfoque exagerado, a denúncia é sempre válida. Os órgãos públicos de maneira geral são muito pouco fiscalizados. Qualquer prefeitinho do interior age como se fosse um verdadeiro faraó. Enfim, se os órgãos públicos, que dispõem de tanto dinheiro, são tão incompetentes, porque os jornais deveriam ser perfeitos? rsrsrs Abs!

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  3. Ora Dom Ricardo, essa argumentação faz tanto sentido, como a de um médico, procurado por um cidadão acometido por uma gripe, responder:
    "Ora meu amigo se tanta gente tem bronquites, asmas e astigmatismo porque o senhor não de ter uma gripe!? ".

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